A Rainha do Norte foi o meu primeiro encontro com a obra de Joana Estrela (com Pardalita debaixo de olho), muito recomendado numa sessão de leituras partilhadas mobilizada pela UMAR.
Com inspiração na lenda das amendoeiras em flor, A Rainha do Norte é um livro ilustrado belíssimo que, através de uma criada nórdica que se casa com um rei muçulmano, faz um relato muito bonito sobre doença mental e depressão.
 |
| fonte: Joana Estrela |
A palavra "depressão" não é exactamente explícita - a Rainha vive numa enorme tristeza, em parte pela saudade da sua casa, do seu lugar de pertença ((...) não se parecia com mais ninguém no palácio. Nem no reino inteiro), mas também por motivos que, por mais que tente compreender - e que todos em seu redor tentem compreender -, a transcendem.
No seu caso, a tristeza já durava há tanto tempo que o rei começou a ficar seriamente preocupado. Habituado a comandar exércitos e a enfrentar inimigos com a sua espada, desta vez, porém, o rei não sabe contra quem lutar.
 |
| fonte: Joana Estrela |
Esta curta narrativa explica como a doença mental é tão importante como a doença física, podendo mesmo causá-la e sendo absolutamente digna de importância e tratamento; e como a tristeza tem várias camadas, e pode vir mesmo quando nada o faz antever. O livro tem um tom sério, portanto, mas as ilustrações são belíssimas, coloridas, com um toque algo artesanal.
É, assim, uma leitura não só encantadora mas muito importante, não só para crianças mas para qualquer idade.
5/5 (além do Pardalita, quero imenso o Miau)
Comentários
Enviar um comentário