O segundo livro desta colecção de sucesso.
Depois de ter lido o primeiro volume, no final do verão do ano passado, tinha ficado com muita curiosidade para ler este. A sua entrada na rede de Bibliotecas Municipais de Lisboa foi o único "empurrão" necessário para proceder à sua leitura.
Já agora, a Biblioteca de Belém é um espectáculo, e recomendo muito a visita. Telefonaram a dizer que a minha reserva chegou e, nas traseiras, alojam o Corações com Coroa Café.
Este volume, tal como o anterior, apresenta a história de 100 mulheres que se terão, de algum modo, destacado, mulheres de vários pontos do mundo (mas volta a sentir-se o peso do mundo ocidental, infelizmente) e de vários momentos históricos, bem como mulheres contemporâneas. Cada breve história (curta, sem permitir que se perca a atenção) tem uma ilustração, repetindo o formato de sucesso do volume anterior. A arte é um ponto muito positivo do livro, com ilustrações coloridas e apelativas.
Destaco o facto de a portuguesa Joana Estrela ter contribuído com duas das ilustrações:
Os vários perfis apresentados são de mulheres interessantes e com vários interesses, que conseguiram, apesar de vários obstáculos, sejam problemas físicos, as sociedades em que se inseriam (desde a Suécia do Renascimento à Coreia do Norte actual), as suas famílias, ou o simples facto de quererem seguir caminhos "não feitos para mulheres", alcançar os seus objectivos ou realizar os seus sonhos.
Apesar de escrito para crianças, como o próprio título indica, é um livro capaz de apelar a qualquer pessoa, de qualquer idade. Para crianças, mostra que qualquer um pode fazer aquilo que quiser com a sua vida, se assim o entender - uma mensagem importante para transmitir desde cedo; de resto, dá a conhecer e leva o leitor a explorar personalidades mais ou menos conhecidas, e é um livro bastante positivo. E o mundo é um bocado negativo, hoje em dia.
Escolhas das quais eu gostei particularmente:
...muitas activistas, sim. Já outras escolhas não me apelaram muito; algumas pareciam repetitivas, e outras são simplesmente a Beyoncé.
Alguns dos problemas do livro anterior mantêm-se, nomeadamente alguma falta de rigor histórico, que se perde especialmente quando nos são apenas dados detalhes básicos. Claro que, para um adulto, haverá sempre outro tipo de fontes para descobrir mais informação - mas há histórias algo confusas, há pequenos erros, tornando assim algumas das narrativas inconsistentes e mesmo pouco apelativas.
Também há histórias que, nesse âmbito, acabam por reduzir os feitos das mulheres (destaque-se a facilidade com que parece que Lilian Bland construiu um avião). Ou que quase não tocam no que torna as mulheres em causa interessantes.
No fundo, parece que o livro baixou um pouco a qualidade da escrita... que terá sido apressado para seguir o sucesso do anterior, que é mais cuidado, tanto em curadoria de selecções como nas narrativas apresentadas. Ainda assim, ficarei feliz se vier a haver um terceiro livro: há decerto muitas outras mulheres que merecem a sua própria página num livro destes. Até lá, há cada vez mais livros no mercado a destacar os feitos de várias mulheres, e mesmo homens, inspiradores.
Para acabar numa nota positiva: a história de Johanna Nordblad, que quase perdeu uma perna devido a uma fractura após uma queda de bicicleta e, com o tratamento de água gelada, descobriu uma nova paixão (e quebrou records): o mergulho debaixo de gelo.
3,5/5
Este volume, tal como o anterior, apresenta a história de 100 mulheres que se terão, de algum modo, destacado, mulheres de vários pontos do mundo (mas volta a sentir-se o peso do mundo ocidental, infelizmente) e de vários momentos históricos, bem como mulheres contemporâneas. Cada breve história (curta, sem permitir que se perca a atenção) tem uma ilustração, repetindo o formato de sucesso do volume anterior. A arte é um ponto muito positivo do livro, com ilustrações coloridas e apelativas.
Destaco o facto de a portuguesa Joana Estrela ter contribuído com duas das ilustrações:
Sara Seager, astrofísica, e Yeonmi Park, activista
Os vários perfis apresentados são de mulheres interessantes e com vários interesses, que conseguiram, apesar de vários obstáculos, sejam problemas físicos, as sociedades em que se inseriam (desde a Suécia do Renascimento à Coreia do Norte actual), as suas famílias, ou o simples facto de quererem seguir caminhos "não feitos para mulheres", alcançar os seus objectivos ou realizar os seus sonhos.
Apesar de escrito para crianças, como o próprio título indica, é um livro capaz de apelar a qualquer pessoa, de qualquer idade. Para crianças, mostra que qualquer um pode fazer aquilo que quiser com a sua vida, se assim o entender - uma mensagem importante para transmitir desde cedo; de resto, dá a conhecer e leva o leitor a explorar personalidades mais ou menos conhecidas, e é um livro bastante positivo. E o mundo é um bocado negativo, hoje em dia.
Nefertiti, por Eleni Kalorkoti, e Beatrix Potter, por Barbara Dziadosz
Escolhas das quais eu gostei particularmente:
Andrée Peel, membro da resistência francesa
Billie Jean King, tenista
Boudicca, rainha
Giusi Nicolini, presidente da câmara
Gloria Steinem, ativista
Hedy Lamarr, atriz e inventora
Nadia Comaneci, ginasta
Nadine Gordimer, escritora e ativista
Pauline Léon, revolucionária
Sofia Ionescu, neurocirurgiã
Sojourner Truth, ativista
Sophie Scholl, ativista
Vivian Maier, fotógrafa
...muitas activistas, sim. Já outras escolhas não me apelaram muito; algumas pareciam repetitivas, e outras são simplesmente a Beyoncé.
Alguns dos problemas do livro anterior mantêm-se, nomeadamente alguma falta de rigor histórico, que se perde especialmente quando nos são apenas dados detalhes básicos. Claro que, para um adulto, haverá sempre outro tipo de fontes para descobrir mais informação - mas há histórias algo confusas, há pequenos erros, tornando assim algumas das narrativas inconsistentes e mesmo pouco apelativas.
Hedy Lamarr, por Marta Signori, e Vivian Maier, por Sara Olmos
Também há histórias que, nesse âmbito, acabam por reduzir os feitos das mulheres (destaque-se a facilidade com que parece que Lilian Bland construiu um avião). Ou que quase não tocam no que torna as mulheres em causa interessantes.
No fundo, parece que o livro baixou um pouco a qualidade da escrita... que terá sido apressado para seguir o sucesso do anterior, que é mais cuidado, tanto em curadoria de selecções como nas narrativas apresentadas. Ainda assim, ficarei feliz se vier a haver um terceiro livro: há decerto muitas outras mulheres que merecem a sua própria página num livro destes. Até lá, há cada vez mais livros no mercado a destacar os feitos de várias mulheres, e mesmo homens, inspiradores.
Para acabar numa nota positiva: a história de Johanna Nordblad, que quase perdeu uma perna devido a uma fractura após uma queda de bicicleta e, com o tratamento de água gelada, descobriu uma nova paixão (e quebrou records): o mergulho debaixo de gelo.
3,5/5
Eu adorava ter esse dois livros esse em particular porque tem uma das minhas atrizes favoritas de sempre a Audrey Hepburn (que era muito mais do que uma atriz bonita), mas também lamento esses erros que disseste (que eu desconhecia). Mas presumo que se deva ao facto do livro ser para crianças e querem manter a fantasia.
ResponderEliminarEither way, obrigada pelo post e por teres dado ainda mais vontade de o comprar!!
Sim, falam da Audrey neste :) falam das suas dificuldades na guerra e no seu trabalho humanitário, pelo que não é a história mais mal contada.
EliminarO problema é que sinto que, da forma "apressada" como algumas biografias estão, a magia ficou toda perdida :/ mas, ainda assim, os livros valem a pena :)