A suposta terceira parte da saga The Hundred and One Dalmatians.
Podem verificar aqui que adorei o primeiro livro, e gostei um pouco menos do segundo, que teve, ainda assim, valor de entretenimento. Tendo-me apercebido que haveria um terceiro (embora com gatos no título...?), entrou rapidamente na minha wishlist.
Vou desde já colocar aqui que é complicado compreender por que motivo é vendido como a terceira parte dos dálmatas, quando estes não figuram, de todo, no livro. É, ainda assim, um livro infantil sobre gatos, e teria muito para dar certo.
Os gémeos, órfãos, Tom e Pam, de talvez dez anos, andam num colégio interno, e vão passar férias com a sua avó, no campo. A avó conta-lhes que, à noite, aparecem uns ouriços a quem ela tem deixado pão e leite, para se alimentarem, mas que os mesmos são tímidos, e recomenda-lhes que os espreitem da janela. Enquanto os irmãos aguardam, soa a meia-noite e, do nada, aparecem quatro pequenos gatinhos, que bebem o leite e desaparecem.
Começa o mistério: de onde vieram os gatos?
Aqui, os miúdos ficam com pena dos gatos, mas não querem contar à avó, porque a sua gata, Mogg, morrera recentemente, e eles não julgam que a avó esteja pronta para novos gatos - ainda por cima quatro - por motivos emocionais... e financeiros. É um pouco bizarro o quão eles se preocupam com as finanças da avó. Tom também aprendera recentemente com a cozinheira da escola o que se faz a ninhadas de gatinhos indesejados...
Entretanto, a avó conta-lhes sobre Freke Hall, uma mansão que há muito estava vazia, mas que foi recentemente vendida. Como tal, está, por alguns dias, aberta ao público. Vão visitar a casa e ouvem dizer que há um quarto secreto. Até a avó fica entusiasmada!
O livro tem alguma magia e, nesse aspecto, é cativante. Mostra como a natureza pode e deve ser apreciada, e como a riqueza não é tudo. Tem encanto. No entanto, o livro é bizarro em partes - Tom e Pam são irritantes pelo modo condescendente como tratam a avó, como parecem ter soluções para todos os problemas da senhora, e como explicam o seu agnosticismo e ateísmo como se fossem imensamente superiores à avó.
Ainda não sei qual a relevância das suas crenças (ou falta delas) para a história...
Se a primeira desilusão foi perceber que o livro não tem nada a ver com dálmatas, a segunda é que o livro não é particularmente interessante. Além dos livros infantis de Dodie Smith, li I Capture the Castle, que adorei, e tenho outros dela, de ficção adulta, na estante, à espera. Mas The Midnight Kittens não parece ter grande direcção; a narrativa é estranha, solta, e o final é abrupto. Mais: os gatos não fazem assim tão parte da história. A história é maioritariamente o Tom e a Pam a serem miúdos chatos.
Oh well.
Este post é uma delícia. Melhor, só se as bolachinhas estivessem do lado de cá.
ResponderEliminarA ideia do livro é adorável, embora tenha preferido os dos dálmatas. As bolachas, essas, eram de facto deliciosas!
EliminarOhhh que pena não teres adorado, pela descrição inicial que fazes fez-me lembrar os livros da Enid Blyton (que eu devorava em criança). Sempre que visito o teu blog lembro-me que tenho de ler o I Capture the Castle. xD Vai ser este ano, prometo!
ResponderEliminarAcho que muita da desilusão veio do facto de eu esperar uma sequela aos dálmatas (embora o título mencionasse, desde logo, gatos) e de a narrativa não ter muita sequência (ou consequência)... mas, arranjando muito barato (como eu arranjei, no awesomebooks), vale a leitura :)
EliminarTambém devorei Os Cinco em pequena, e de facto consigo encontrar algumas semelhanças, embora este tenha um pouco mais de magia.
O I Capture the Castle é óptimo! Tenho mais ficção adulta da autora na estante, e hei de lá chegar :)