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Os Intérpretes

Peguei neste livro ansiosa por conhecer mais literatura nigeriana.


Da autoria de Wole Soyinka, prémio Nobel mais conhecido pela sua obra enquanto dramaturgo, Os Intérpretes foi publicado em 1965, quando a Nigéria era ainda uma Nação independente. Esta obra segue um grupo de jovens, com formação superior e empregos importantes, enquanto estes tentam compreender como viver as suas vidas. Não é um livro "formador da Nação", como muitos livros publicados em torno da independência de uma ex-colónia tendem a ser - mas acompanha os personagens enquanto estes lidam com questões como a família, o casamento, o trabalho, a política, a religião, a morte.

Ao longo do livro, Kola, o artista, pinta um quadro de grandes dimensões, uma espécie de panteão que junta imagens cristã e pagãs, no qual retrata os seus amigos e outros personagens. Numa sociedade diferente daquela em que cresceram, os vários personagens procuram interpretar os seus novos papéis, as suas vidas.

Infelizmente, não consegui gostar do livro, e as expectativas eram elevadas. Talvez a falha tenha estado comigo; nas primeiras páginas, estava totalmente perdida. A certo ponto, julguei que ia começar a fazer sentido, que as pontas se iam começar a ligar, mas eventualmente perdi esse sentimento. Não compreendi o propósito do livro, o seu significado, o caminho da sua narrativa. Talvez fosse do estilo do autor (não culparei o tradutor - a falha não residia na linguagem, mas na fragmentação do relato).

O número de personagens, a falta de identificação nos diálogos, o tempo narrativo que alterava frequentemente e sem pistas. Um personagem era obcecado com os seus movimentos intestinais. Outro pintava um quadro. Não me costumo apoquentar com leituras difíceis, mas Os Intérpretes revelou-se pouco inspirador e não recompensou.

1,5/5

Podem comprar esta edição na wook ou na Bertrand

Comentários

  1. Já o tive na mão em duas versões diferentes e logo o larguei. Acho que foi por causa da palavra "intelectuais" e parecerem-me ser só homens. Parece que às vezes o meu instinto literário acerta!
    Paula

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    1. Excelente e acertado instinto! Eu fui aliciada pelo reconhecido prémio do autor... consegui terminar, mas achei muito aborrecido.

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  2. Nunca li nada dele, mas da Nigéria já li Chimamanda Ngozi Adichie e gostei do que li, tanto dos Hibiscus Roxos, como de Americanah... este é bem maior mas penso que se lê mais facilmente, pois é menos duro e é bem feminino.

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    1. Da Chimamanda, li apenas o dos Hibiscus, e gostei muito. Quero ler mais da autora.

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  3. Óptimo nome do autor no entanto
    Irás dar uma nova oportunidade com outra obra?

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    1. Talvez se me deparar com uma das suas peças, mas não creio :(

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