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Feminismo de A a Ser

Das pouquíssimas vezes que adquiro novos lançamentos.


Motivo: a apresentação/sessão de lançamento do livro foi na UMAR, pelo que não só não podia faltar (já faço parte da casa há meia dúzia de anos), como comprei o livro.

A apresentação contou com a autora, Lúcia Vicente, que achei de uma simpatia enorme, com Rita Marrafa de Carvalho, Miguel Somsen e a editora, Eurídice Gomes. Isto já foi há uma quantidade considerável de meses, confesso.


O livro é curto e, como tal, não esperava uma vasta enciclopédia do mesmo. No entanto, a abordagem da autora foi muito interessante: há vários infographics sobre disparidades entre os géneros, alguma cronologia sobre factos e pessoas da história e, a minha parte favorita, uma abordagem sociológica simples sobre a forma como a linguagem nos condiciona, muitas vezes, sem compreendermos, como há ideias pré-concebidas, como há dizeres entranhados que, sem nos apercebermos, moldam a visão do mundo.

Coisas como "o meu marido ajuda lá em casa". Então não vivem juntos? Nessa onda, portanto.

Ideias na linha de «os homens não choram», «cuidar de bebés é trabalho das mães», «a lida da casa é coisa de mulheres», «trabalhos manuais, como electricidade ou canalização, são coisas de homem», «um homem não dança», «as mulheres não sabem conduzir», entre tantas outras, devem ser combatidas por todos nós. Porquê? Porque são falsas. Todos sabemos que nenhuma destas actividades é, ou deve ser, exclusiva, de um ou de outro género, seja chorar, cuidar dos filhos ou dançar. A prova disso é que tanto homens quanto mulheres desenvolvem qualquer uma destas actividades com o sucesso que lhes é devido pela vontade e empenho com que se aplicam, não pela quantidade de cromossomas X com que nasceram.

O livro procura uma explicação simples de conceitos, algo que consegue muito bem - é simples, sem ser simplista, tem uma abordagem interessante e algo diferente, diria, de certos livros do género. Peca, apenas (e, infelizmente, muito!) pela fraca revisão do texto, pontuado de gralhas e erros tipográficos algo frequentes.

E, algo que achei muito importante:

Dizer-se feminista e criticar as outras mulheres que decidem ter um caminho distinto do seu — ainda que seja uma mulher feminista — não é feminismo, mas sim intransigência e desrespeito pela liberdade individual. Quando uma feminista critica outra feminista por esta ter decidido dedicar-se exclusivamente à família, isso não é feminismo.

Quero muito, muito (!) ler o livro infantil da Lúcia. Fiquei com enormes expectativas para esse após a sessão de apresentação.

4/5

Podem comprar esta edição na wook ou na Bertrand

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