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21 Dias de Luta

Li esta obra por ocasião do 25 de Abril (vejam há quanto tempo já foi).


Acaba por ser o meu segundo encontro com a obra de Urbano Tavares Rodrigues, muito diferente do primeiro, com O Eterno Efémero; se, na primeira volta, li uma pequena obra de ficção, moderna (das últimas obras do autor), em 21 Dias de Luta encontramos um conjunto de textos de não-ficção, com temática comum: o 25 de Abril e a Liberdade.

Este livro, um documento histórico, dá-nos um retrato do período revolucionário pós-25 de Abril, relatado na primeira pessoa, por alguém que estava politicamente envolvido, tendo participado de forma activa na resistência contra a ditadura.

E é um pouco sobre isso que este livro trata.

Foi com esses que eu estive, foi por eles que me bati (...) Ao lado dos mais infelizes, dos mais desprezados é que estive. Mais uma vez, teimosamente, ao lado dos fracos e dos explorados. Não há sofisma que volte isto do avesso. Por isso, agora, exausto, reconsidero que estou certo no meu posto de combate.

Estabelece, ainda, um paralelo entre o Portugal revolucionário e a Hungria, na altura com o regime de Kádár (com descrições maravilhosas de Budapeste pelo meio), e foca grandemente na luta operária e camponesa em Portugal.2

Dado o poder da retrospectiva (e o que se sabe hoje desse período da história), 21 Dias de Luta deve ser encarado como um documento histórico, um retrato de uma época. E, enquanto tal, é maravilhoso.

4/5

Podem comprar esta edição na wook ou na Bertrand

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