Sabem quem não passou a ler mais por estar em casa? Eu.
Estou em casa, em teletrabalho, desde 12 de Março (inclusive). Nunca achei que a situação me ia dar mais tempo para ler: quem me conhece, ou quem estiver particularmente atento ao conteúdo deste blog, sabe que eu sou maioritariamente leitora de autocarro e de café. Há já vários meses, mesmo antes desta situação, que não vou a um café para ler, pois a mudança de casa para uma zona totalmente diferente, além das responsabilidades acrescidas por ter adoptado duas miúdas peludas, me trocaram um pouco esse ritmo.
(na foto, já agora, o muito saudoso Wish, do LxFactory, o café onde passei mais tempo a ler - e que encerrou portas em Novembro)
Ora, se desde dia 11 de Março não entro num autocarro, fiquei sem esse "tempo para mim". É absurdo, mas sim: sempre vi o tempo despendido nos transportes, nas deslocações casa-trabalho-casa, como tempo para mim. Por motivos vários, não tenho qualquer previsão de data de regresso ao escritório. E se, em Março, ainda consegui encaixar algumas leituras (todas elas curtas, acrescente-se), e se toda a situação me permitiu finalmente ter em dia todos os posts que tinha em atraso, Abril e Maio não foram tão positivos em termos de leituras.
Estou no famoso reading slump. Não me consigo motivar para ler, não obstante ter lido alguns livros mesmo muito bons.
Dei por mim a pesquisar listas de livros que dizem ser boas para ultrapassar esta situação. Não que eu acredite que o que funciona para os outros vai funcionar, necessariamente, para mim.
Estes são os livros que vi em inúmeras listas e que constam da minha estante:
Lá, onde o vento chora, de Delia Owens (emprestado pela minha mãe)
Circe, de Madeline Miller
Memórias de uma Gueixa, de Arthur Golden (emprestado pela minha mãe)
The Road, de Cormac McCarthy
(o que é que isto diz sobre a minha mãe?)
Ando tentada a pegar no Circe, confesso.
Ando tentada a pegar no Circe, confesso.
Eu gostei muito do «Lá, onde o vento chora». Tem um bocadinho de tudo (romance, crime, descrições de natureza) e flui muito bem. Pode ser uma boa aposta :)
ResponderEliminarEstive assim em Março e acabei por ler um livro do Stephen King durante o mês inteiro, mas soube-me muito bem.
A minha mãe disse gostar muito, mas regra geral os nossos gostos não confluem... mas hei de experimentar :) qual o do King?
EliminarFoi «O intruso» ou «The outsider» :)
EliminarNão conheço :) a bem da verdade, li pouquíssimo King...
EliminarBárbara gosto muito do novo cabeçalho ;)
ResponderEliminarDessa lista só li Circe e recomendo vivamente. Eu quando fico sem vontade de ler, acabo sempre por me agarrar a releituras que vão, invariavelmente, parar a Jane Austen e Charlotte Bronte.
Obrigada! O blog está para fazer sete anos e pareceu-me bem um ligeiro "vamp up". Não pensei que alguém notasse :)
EliminarNão sinto vontade de releituras (gosto muito mais da Austen que da CB, de quem só li o Jane Eyre)... talvez o Circe, talvez
Ler a colecção manga pokémon que temos; para além dos livros serem bons, é um recordar de um outro tempo
ResponderEliminarContinuando nas novelas gráficas e na questão sentimental/temporal tens o Batman (personagem de que tanto gostas) e os guardiões do Louvre por exemplo, ou o V de Vingança, que nunca li mas o filme é muito bom, cujo tema pode estimular vários tipos de pensamento e discussão
Por outro lado, secalhar uma leitura diferente para toda esta situação única seria uma boa escolha, que mexesse com tudo, uma não ficção por exemplo (que não lês tanto), e, por isso, saindo do universo manga/novelas gráficas recomendo o Escape From Camp 14; mesmo sabendo que temos sorte com o tipo de vida que temos, com as suas coisas boas mas também más claro, às vezes o focar noutro tipo de realidades, para além de nos chamar a atenção para diversas vivências (sobre as quais talvez tenhamos a faculdade de depois passar a palavra e ajudar no que pudermos), também nos pode fazer apreciar mais as pequenas coisas do dia a dia (esperando não ter soado moralista)
Recomendo também As Falsas Memórias de Manoel Luz, eu gostei muito, às vezes um livro pode fazer a diferença na opinião que se tem sobre toda uma literatura, neste caso a portuguesa, da qual sei que não és a maior fã (não querendo com isto querer ou deixar de querer converter, apenas, como bem sabes, também eu não era o maior fã de literatura portuguesa mas quanto mais fui lendo mas fui gostando e realmente acho que temos deliciosas obras literárias)
Peace
BD e afins ainda ando a conseguir ler, mas ficção "normal", que, como sabes, sempre adorei, anda a custar muito :( claro que quero chegar a todos esses livros, mas esses irão fluir mais facilmente, acredito...
EliminarNão sei se consigo ler livros mais pesados, como será o Escape from Camp 14, que quero ler há muito! Preciso talvez de algo leve e fluido e simples e possivelmente não é o género que mais abunda nas nossas estantes :/ pelo menos do "meu lado"...
Quererei muito ler as Falsas Memórias, mas a Paula, ali em baixo, diz que o livro exige concentração :o e é isso que não consigo ter em casa :(
Em relação às sugestões, concordo com o Diogo, o Manoel Luz é formidável, mas acho que o estilo refinado da Marlene Ferraz exige concentração, e será que tens a suficiente? Inacreditavelmente, adorei o livro da Delia Owens, apesar de não ser perfeito, sendo o meu estilo menos doce e mais brutal, como o The Road, que tem a vantagem de ser curto, seco e empolgante. E a Circe também é fascinante.
ResponderEliminarEu já trabalhava em casa, por isso, a minha rotina não mudou, excepto no facto de ter três penduras sempre aqui, sempre a interromper-me o trabalho e a leitura, por isso, acordo mais cedo que todos eles para ter um pouco de silêncio, antes da telescola, do Zoom e dos desenhos animados. *suspiro*
Paula
Pois, exigindo concentração é capaz de não ser a melhor ideia :) iria ser frustrante... Peguei no Foster Wallace, que precisa de concentração, e simplesmente não consigo. E sei que era um livro que, noutra ocasião, iria fluir maravilhosamente.
EliminarUm desses três é capaz de resultar :)
Está tudo muito estranho de muitas maneiras, não é? :/
Acordar mais cedo, para mim, acaba por não ser opção - é verdade que a Mimi exige atenção pela manhã, mas eu já acordo às 6h30 (para trabalhar às 7h) e sou incapaz de fazer grandes coisas depois de acordar...
Fogo, acordas mesmo muito cedo! Assim, não. Para ler o Foster Wallace, eu precisaria de uma combinação de Memofante, Cerebrum e Gingko Biloba, e ainda assim tenho dúvidas.
EliminarBeijinhos!
Paula
Bem, eu gostei muito do Memórias de uma Gueixa...Sem dúvida uma leitura que flui sem ser muito exigente, mas já o li há anos atrás - acho que se fosse agora desconfiaria de um homem branco a escrever sobre a vida das gueixas e optaria por relatos pessoais das próprias (tenho aqui mas ainda não li). O Circe, nem vê-lo...Votaria no primeiro. Decidi este ano dar a volta ao mundo em autoras, terminei um livro de uma autora dos Barbados e agora vou para um da qual toda a gente fala - Normal People da Sally Roone.
ResponderEliminarSara (https://desabafosagridoces.blogs.sapo.pt/)
Sara, lembro-me perfeitamente da tua opinião do Circe e, apesar de inúmeras boas opiniões, a tua ficou-me marcada e, inconscientemente, tem-me impedido de pegar no livro desde então.
EliminarIsso da Gueixa faz-me total sentido e é o motivo pelo qual não pegaria no livro por mim mesma (acrescento que os meus gostos são completamente diagonais aos da minha mãe, pelo que isto é bizarro).
Também tenho ouvido falar nesse Normal People, mas estou com zero vontade de novas aquisições com imensos livros parados...
Ah pois foi...Se calhar seria interessante pegar no Circe para tirar as teimas xD Já comecei o Normal People e já estou com vontade de o atirar pela janela...
ResponderEliminarAssim tão mau? Ui...
EliminarJá acabei entretanto e é mesmo medíocre, não recomendo...
EliminarCredo! Já a correr a tirar da hipotética lista onde só chegaria em 2035.
EliminarO cabeçalho está muito giro :)
ResponderEliminarSe não te importas, vou fazer copy-paste de um comentário que deixei no blog da Inês o ano passado. Pode ser que algum destes livros te ajude!
* livros que me salvaram de ressacas literárias*
-> Alice no País das Maravilhas
-> Heidi
-> O Feiticeiro de Oz
-> Agatha Christie (qualquer um dos livros dela)
-> The Great Gatsby (para mood melancólico, dias quentes de verão e escrita linda)
-> Roald Dahl (short-stories para adultos, ou os clássicos infantis dele como o Charlie e a Fábrica de Chocolate)
-> A Invenção de Hugo Cabret (livro ilustrado e a história é muito bonita)
-> Nós As Mulheres, Maitena (livros de banda desenhada que retratam de forma cómica o dia-a-dia no feminino)
-> Pygmalion, George Bernard Shaw (na mesma linha de Oscar Wilde - livro curto e escrita sarcástica. sugestão: ver o My Fair Lady de seguida)
-> A Túlipa Negra (se aprecias humor francês e histórias que dão voltas e voltas)
-> A Minha Pequena Livraria (para te lembrares por que é que gostas de ler)
PS: Acrescento também (lido este ano) o The Guernsey Literary and Potato peel Pie Society (livro sobre livros fofinho que se lê num sopro).
PPS: Não gosto muito de deixar links para o meu blog a jeito de spam, mas fiz um post com algumas dicas sobre isto que podes ver aqui: https://sweetstuff.blogs.sapo.pt/como-curar-uma-ressaca-literaria-274879
Obrigada!! :)
EliminarNão me importo nada com o link. Tem muito boas sugestões :)
Das tuas sugestões: li a Alice, o Feiticeiro e o Pygmalion (este há muitos anos mesmo), outros tenho na wishlist. Fiquei muito curiosa com a Túlipa...
É muito chato quando andamos desmotivados para as leituras. Também tenho algumas fases assim e tento não me forçar a ler. O que faço para ver se a motivação volta é pegar num livro de um autor que eu goste ou um género literário que me cative (os thrillers costumam resultar bem comigo).
ResponderEliminarNão tenho assim sugestões de leituras por acho que depende de cada leitor. É uma questão de veres o que tens na estante que te poderá cativar.
é, depende :) há muito que isto não me acontecia - e é precisamente por isto que nunca fui fã de "desafios de leitura", mas este ano fiz o meu próprio, que tenho de cumprir :) neste momento ando a ler pouco, mas o livro que estou a ler está a ser fascinante, pelo que é capaz de resultar e bem!
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