"It's the home I've dreamed of," Theodora said. "A little hideaway where I can be alone with my thoughts. Particularly if my thoughts happened to be about murder or suicide or--"
Casas nem sempre têm reputações positivas; ora são abrigos, ora túmulos. A proposta deste livro é que a casa pode ser um lugar muito diferente. Hill House é um local que gera medo e terror, alimentando-se dos seus residentes para a sua própria subsistência.
Mas Hill House também pode ser um lugar de conforto e calor - a custo da sanidade mental e da própria vida.
Desde que lera We Have Always Lived in the Castle que queria ler mais desta autora, possibilidade que a Book Depository me proporcionou através de parceria. Adianto desde já que a série da Netflix, não obstante ser muito boa, é totalmente diferente do livro, pelo que podem ler o livro e surpreender-se na mesma (e ler esta review e levar com spoilers massivos também).
A premissa deste livro é a de uma experiência científica, ou exercício académico, de modo a testar a veracidade da assombração de casas, liderada pelo Dr. John Montague, antropólogo. Ele decide que é a altura de provar cientificamente a existência do sobrenatural, escolhendo, para este efeito, Hill House. A experiência será rigorosamente científica, baseada em provas irrefutáveis. Para tal, irá viver com algumas pessoas "sensíveis" na casa durante um verão. As primeiras páginas replicam a natureza clínica do estudo, apresentando a casa, o investigador, e os outros intervenientes, bem como o motivo que os levava a estar presentes na casa e no estudo.
Assim, a obra parece começar com quatro pessoas agradáveis: o já referido Montague, Luke Sanderson, o sobrinho da dona da casa (e presumível herdeiro do imóvel), Eleanor Vance, mulher solitária de 32 anos que em nova tinha vivido um momento paranormal (em que pedras choveram sobre a sua casa - lembra algo?) e Theodora (que não tem último nome), uma jovem com aparentes poderes telepáticos.
Note-se, já agora, que havia mais convidados - mas apenas Eleanor "Nellie" Vance e Theodora aceitaram. Eleanor vai para Hill House contra os desejos da sua irmã e cunhado, com quem vive, tendo de roubar o carro (num primeiro acto de rebeldia na sua vida reprimida); descontente mal chega à casa, decide ficar quando conhece Theodora, tornando-se rapidamente amigas. Luke fora lá colocado pela tia para não a incomodar durante uns tempos. A início, todos os quatro são excêntricos, mas amistosos e agradáveis. Dão-se muito bem. Riem-se juntos das esquisitices de Mrs. Dudley, a caseira, e do toque labiríntico da casa.
It's awful, she thought, unwilling to move, since motion might imply acceptance, a gesture of moving in, it's awful and I don't want to stay; but there was nowhere else to go; Dr. Montague's letter had brought her this far and could take her no farther.
Isto muda. Talvez pela essência da casa - talvez porque eram humanos, e os seres humanos cometem pequenas crueldades uns contra os outros todos os dias. Mas a verdade é que, dia após dia, estas pessoas simpáticas transformam-se em monstros mesquinhos e idiotas.
Logo na primeira noite, Dr. Montague conta aos seus assistentes a história da casa: não tem fantasmas, espíritos ou maldições, apenas a família Crain e a sua pouca sorte, um suicídio, e disputas familiares pelas louças caras. É talvez relevante entrar um pouco mais nesta história: a filha Crain mais velha tinha uma rapariga da aldeia como companhia, a viver com ela, a quem deixou a casa como herança. A irmã Crain mais nova, descontente, persegue a rapariga até a rapariga se matar. E, mesmo aí, não quis ficar com a casa. Por que é que a casa tinha sido deixada à rapariga? Qual a natureza da relação da irmã Crain mais velha com a moça da aldeia? Há muita ambiguidade sexual nesta obra (a relação de Eleanor e Theodora, a pessoa não-identificada com quem Theodora vive na cidade...).
This house, which seemed somehow to have formed itself, flying together into its own powerful pattern under the hands of its builders, fitting itself into its own construction of lines and angles, reared its great head back against the sky without concession to humanity. It was a house without kindness, never meant to be lived in, not a fit place for people or for love or for hope.
E a casa. A casa é construída em ângulos, de modo a que os seus habitantes estão sempre confusos, assustados, desorientados. Mesmo em companhia, sentem-se sozinhos, isolados. E estes sentimentos são aumentados pelas ocorrências bizarras que dão à casa o poder que um objecto inanimado (como um imóvel) não deve ter: ar que se torna gelado em pontos, ilusões ópticas, o som de bater à porta vigorosamente, o que estará por trás disto tudo?
(...) silence lay steadily against the wood and stone of Hill House, and whatever walked there, walked alone.
Basicamente, The Haunting of Hill House pode ser uma história de terror típica: quatro pessoas passam uma semana numa casa onde há eventos inexplicáveis. Sons, mensagens na parede escritas em sangue, vozes... Mas o que importa neste livro não é verdadeiramente a casa, mas as personagens. Os medos que enfrentam na casa são os medos humanos e íntimos de qualquer um: o medo da solidão, do amor, do desconhecido, de nós próprios. A assombração pode partir da casa, mas não o faz da forma tradicional: fantasmas, vampiros... Alguma vez se sentiram sozinhos ou sem certezas do que fazer? Alguma vez tiveram dificuldades em se relacionar com quem vos rodeia? Alguma vez quiseram algo novo e emocionante para quebrar a rotina? Alguma vez gostaram de alguém, sem serem correspondidos? São perguntas humanas, e são perguntas a que qualquer um pode responder sim. Mas são perguntas especialmente reais para Eleanor.
Don’t do it, Eleanor told the little girl; insist on your cup of stars; once they have trapped you into being like everyone else you will never see your cup of stars again; don’t do it; and the little girl glanced at her, and smiled a little subtle, dimpling, wholly comprehending smile, and shook her head stubbornly at the glass. Brave girl, Eleanor thought; wise, brave girl.
Nesta cena, num café em que parou a caminho da casa, Eleanor vê uma criança e quer que ela faça uma escolha diferente da sua: que escolha viver a sua vida sem se conformar aos desejos dos outros. Eleanor, presa à mãe de quem cuidava, sem vida a que pudesse chamar sua, sem nada a que pudesse chamar seu, sem ser uma enorme ânsia por liberdade.
A personagem central é Eleanor, de cujo ponto de vista vemos muita da narrativa desenrolar. Com a morte da sua mãe, de quem cuidava havia anos, está finalmente livre para viver a vida, determinada a fazer parte da investigação de Dr. Montague, afeiçoando-se rapidamente a Luke e a Theodora, com a fome de quem nunca tivera amigos e procura ser aceite. Eleanor foi muito resguardada durante a vida, não tendo tido grandes experiências, e é extremamente frágil. Ela procura aventura, e pensa constantemente que journeys end in lovers meeting (Shakespeare!), foi sempre protegida pela família e, por outro lado, por ansiedade profunda, o que faz com que a sua desconfiança perante os outros aumente a cada página. Os seus medos e ansiedades afectam o leitor, que lê pelos olhos de Eleanor.
She could not remember ever being truly happy in her adult life; her years with her mother had been built up devotedly around small guilts and small reproaches, constant weariness, and unending despair. Without ever wanting to become reserved and shy, she had spent so long alone, with no one to love, that it was difficult for her to talk, even casually, to another person without self-consciousness and an awkward inability to find words.
Serão os seus medos fundados, ou o medo dela faz dela pouco fiável enquanto "narradora"?
A premissa deste livro é a de uma experiência científica, ou exercício académico, de modo a testar a veracidade da assombração de casas, liderada pelo Dr. John Montague, antropólogo. Ele decide que é a altura de provar cientificamente a existência do sobrenatural, escolhendo, para este efeito, Hill House. A experiência será rigorosamente científica, baseada em provas irrefutáveis. Para tal, irá viver com algumas pessoas "sensíveis" na casa durante um verão. As primeiras páginas replicam a natureza clínica do estudo, apresentando a casa, o investigador, e os outros intervenientes, bem como o motivo que os levava a estar presentes na casa e no estudo.
Assim, a obra parece começar com quatro pessoas agradáveis: o já referido Montague, Luke Sanderson, o sobrinho da dona da casa (e presumível herdeiro do imóvel), Eleanor Vance, mulher solitária de 32 anos que em nova tinha vivido um momento paranormal (em que pedras choveram sobre a sua casa - lembra algo?) e Theodora (que não tem último nome), uma jovem com aparentes poderes telepáticos.
Note-se, já agora, que havia mais convidados - mas apenas Eleanor "Nellie" Vance e Theodora aceitaram. Eleanor vai para Hill House contra os desejos da sua irmã e cunhado, com quem vive, tendo de roubar o carro (num primeiro acto de rebeldia na sua vida reprimida); descontente mal chega à casa, decide ficar quando conhece Theodora, tornando-se rapidamente amigas. Luke fora lá colocado pela tia para não a incomodar durante uns tempos. A início, todos os quatro são excêntricos, mas amistosos e agradáveis. Dão-se muito bem. Riem-se juntos das esquisitices de Mrs. Dudley, a caseira, e do toque labiríntico da casa.
It's awful, she thought, unwilling to move, since motion might imply acceptance, a gesture of moving in, it's awful and I don't want to stay; but there was nowhere else to go; Dr. Montague's letter had brought her this far and could take her no farther.
Logo na primeira noite, Dr. Montague conta aos seus assistentes a história da casa: não tem fantasmas, espíritos ou maldições, apenas a família Crain e a sua pouca sorte, um suicídio, e disputas familiares pelas louças caras. É talvez relevante entrar um pouco mais nesta história: a filha Crain mais velha tinha uma rapariga da aldeia como companhia, a viver com ela, a quem deixou a casa como herança. A irmã Crain mais nova, descontente, persegue a rapariga até a rapariga se matar. E, mesmo aí, não quis ficar com a casa. Por que é que a casa tinha sido deixada à rapariga? Qual a natureza da relação da irmã Crain mais velha com a moça da aldeia? Há muita ambiguidade sexual nesta obra (a relação de Eleanor e Theodora, a pessoa não-identificada com quem Theodora vive na cidade...).
This house, which seemed somehow to have formed itself, flying together into its own powerful pattern under the hands of its builders, fitting itself into its own construction of lines and angles, reared its great head back against the sky without concession to humanity. It was a house without kindness, never meant to be lived in, not a fit place for people or for love or for hope.
E a casa. A casa é construída em ângulos, de modo a que os seus habitantes estão sempre confusos, assustados, desorientados. Mesmo em companhia, sentem-se sozinhos, isolados. E estes sentimentos são aumentados pelas ocorrências bizarras que dão à casa o poder que um objecto inanimado (como um imóvel) não deve ter: ar que se torna gelado em pontos, ilusões ópticas, o som de bater à porta vigorosamente, o que estará por trás disto tudo?
(...) silence lay steadily against the wood and stone of Hill House, and whatever walked there, walked alone.
Basicamente, The Haunting of Hill House pode ser uma história de terror típica: quatro pessoas passam uma semana numa casa onde há eventos inexplicáveis. Sons, mensagens na parede escritas em sangue, vozes... Mas o que importa neste livro não é verdadeiramente a casa, mas as personagens. Os medos que enfrentam na casa são os medos humanos e íntimos de qualquer um: o medo da solidão, do amor, do desconhecido, de nós próprios. A assombração pode partir da casa, mas não o faz da forma tradicional: fantasmas, vampiros... Alguma vez se sentiram sozinhos ou sem certezas do que fazer? Alguma vez tiveram dificuldades em se relacionar com quem vos rodeia? Alguma vez quiseram algo novo e emocionante para quebrar a rotina? Alguma vez gostaram de alguém, sem serem correspondidos? São perguntas humanas, e são perguntas a que qualquer um pode responder sim. Mas são perguntas especialmente reais para Eleanor.
Don’t do it, Eleanor told the little girl; insist on your cup of stars; once they have trapped you into being like everyone else you will never see your cup of stars again; don’t do it; and the little girl glanced at her, and smiled a little subtle, dimpling, wholly comprehending smile, and shook her head stubbornly at the glass. Brave girl, Eleanor thought; wise, brave girl.
Nesta cena, num café em que parou a caminho da casa, Eleanor vê uma criança e quer que ela faça uma escolha diferente da sua: que escolha viver a sua vida sem se conformar aos desejos dos outros. Eleanor, presa à mãe de quem cuidava, sem vida a que pudesse chamar sua, sem nada a que pudesse chamar seu, sem ser uma enorme ânsia por liberdade.
A personagem central é Eleanor, de cujo ponto de vista vemos muita da narrativa desenrolar. Com a morte da sua mãe, de quem cuidava havia anos, está finalmente livre para viver a vida, determinada a fazer parte da investigação de Dr. Montague, afeiçoando-se rapidamente a Luke e a Theodora, com a fome de quem nunca tivera amigos e procura ser aceite. Eleanor foi muito resguardada durante a vida, não tendo tido grandes experiências, e é extremamente frágil. Ela procura aventura, e pensa constantemente que journeys end in lovers meeting (Shakespeare!), foi sempre protegida pela família e, por outro lado, por ansiedade profunda, o que faz com que a sua desconfiança perante os outros aumente a cada página. Os seus medos e ansiedades afectam o leitor, que lê pelos olhos de Eleanor.
She could not remember ever being truly happy in her adult life; her years with her mother had been built up devotedly around small guilts and small reproaches, constant weariness, and unending despair. Without ever wanting to become reserved and shy, she had spent so long alone, with no one to love, that it was difficult for her to talk, even casually, to another person without self-consciousness and an awkward inability to find words.
Serão os seus medos fundados, ou o medo dela faz dela pouco fiável enquanto "narradora"?
Mas Eleanor parece estar feliz, naquele que julga ser um lugar onde pertence, com uma família adoptiva à qual pertence. Se calhar o lar é onde está a família - mas isso será necessariamente bom? A verdade é que a busca de liberdade por parte de Eleanor acaba por a confinar: a liberdade que Hill House parecia oferecer acaba por a fechar em corredores assombrados por memórias da sua mãe. E rapidamente, Eleanor perde a capacidade de distinguir liberdade de clausura.
Why do people want to talk to each other? I mean, what are the things people always want to find out about other people?
Eleanor parece particularmente vulnerável ao poder da casa: além das manifestações que os outros vivem, há algumas que só ela vê e ouve. Isso, e as mensagens que lhe são destinadas, contendo o seu nome. HELP ELEANOR COME HOME ELEANOR. Apesar de assustadoras, Eleanor sente que estas experiências são especiais - que a casa a quer. É meio reconfortante. Talvez as pessoas não a queiram, mas uma casa assombrada quer.
None of them heard it, she thought with joy; nobody heard it but me.
Há o sentimento obsessivo de pertença à casa, à medida que as relações com Theodora (especialmente) e com os outros deterioram; Eleanor sente uma atracção profunda pela casa, está excitada e feliz. Eleanor perde-se para a casa; a sua raiva para com os outros é palpável, ela sente-se posta de parte, como se os outros escrutinassem cada um dos seus movimentos, palavras, numa revelação da sua imensa ansiedade. A casa começa a perscrutar Eleanor, como se Eleanor sentisse, visse e ouvisse todos os movimentos na casa, nos seus corredores e quartos.
"Walled up alive." Eleanor began to laugh again at their stone faces. "Walled up alive," she said. "I want to stay here."
Ninguém está tão afectado pela casa como Eleanor, e Dr. Montague rapidamente se apercebe que a tem de afastar da casa - mas Eleanor sente que está finalmente em casa. Finalmente algo, alguém a quer. Ela parece voltar à sua propriedade mental, por momentos, mas Montague teme pela sua segurança caso ela fique em Hill House - manda-a para casa, mas Eleanor já não tem uma casa fora de Hill House...
Para mim, a narrativa foi muito mais sobre ser-se humano do que sobre o paranormal. Há momentos em que é difícil compreender o que se está a passar ao certo, por serem reminiscentes de histeria em massa, com os quatro personagens a assustarem-se cada vez mais uns aos outros, com a antecipação, o aguardar que acontecesse algo, o querer que acontecesse algo, porque era uma casa assombrada, era uma experiência científica, e era suposto algo acontecer.
Peace, Eleanor thought concretely; what I want in all this world is peace, a quiet spot to lie and think, a quiet spot up among the flowers where I can dream and tell myself sweet stories.
A insegurança de Eleanor está perfeitamente retratada, especialmente nos momentos em que ela mente a Theodora para parecer mais realizada, mais adulta, melhor. Eleanor é tão trágica, tão perto de um colapso mental - a sua viagem em direcção à liberdade não corre como esperado, Theodora rejeita-a, não consegue relacionar-se com os outros, mas não quer estar sozinha - e não aguenta a ideia de voltar a viver com a irmã.
A escolha de Eleanor - que vivera, primeiro, com a mãe, depois, com a irmã, falhando em transferir a sua dependência para Theodora - pode ter a ver com o seu medo de estar sozinha, de não ter para onde ir. Eleanor sabe que não será bem recebida pela irmã (roubou o carro, afinal). Tal como outras mulheres nos anos 50-60 na América, procurava a sua autonomia, a sua liberdade, mas não tinha as bases para a alcançar. Tinha apenas receio.
I am really doing it, I am doing this all by myself, now, at last; this is me, I am really really really doing it by myself.
E, por último: é a casa que os controla, ou é um deles que controla a casa? O título pode ser lido das duas maneiras: pode ser a casa que está assombrada, ou pode haver uma assombração na casa. É difícil decidir, da forma como Shirley Jackson coloca o livro; tanto pode ser, de facto, Hill House que tem uma força negativa, como Eleanor que, com as suas capacidades telecinéticas, traz esta força para a casa. Nunca temos um nome para as forças negativas que estão por trás dos fenómenos. Um fantasma, a casa em si, ou uma energia negativa que se manifesta de forma paranormal?
Tem de se ler o livro, a fundo, de modo a decidir exactamente o significado do título. E, ainda assim, há a possibilidade de não se conseguir (ou querer) escolher. Vários dos personagens dão explicações diferentes para as ocorrências, mas, no final, é difícil dizer com certeza se aconteceu algo de paranormal, ou se esteve tudo nas mentes dos protagonistas. Podem ficar ambas as possibilidades em aberto; e o livro pode ser lido de todas as maneiras.
A escolha de Eleanor - que vivera, primeiro, com a mãe, depois, com a irmã, falhando em transferir a sua dependência para Theodora - pode ter a ver com o seu medo de estar sozinha, de não ter para onde ir. Eleanor sabe que não será bem recebida pela irmã (roubou o carro, afinal). Tal como outras mulheres nos anos 50-60 na América, procurava a sua autonomia, a sua liberdade, mas não tinha as bases para a alcançar. Tinha apenas receio.
I am really doing it, I am doing this all by myself, now, at last; this is me, I am really really really doing it by myself.
E, por último: é a casa que os controla, ou é um deles que controla a casa? O título pode ser lido das duas maneiras: pode ser a casa que está assombrada, ou pode haver uma assombração na casa. É difícil decidir, da forma como Shirley Jackson coloca o livro; tanto pode ser, de facto, Hill House que tem uma força negativa, como Eleanor que, com as suas capacidades telecinéticas, traz esta força para a casa. Nunca temos um nome para as forças negativas que estão por trás dos fenómenos. Um fantasma, a casa em si, ou uma energia negativa que se manifesta de forma paranormal?
Tem de se ler o livro, a fundo, de modo a decidir exactamente o significado do título. E, ainda assim, há a possibilidade de não se conseguir (ou querer) escolher. Vários dos personagens dão explicações diferentes para as ocorrências, mas, no final, é difícil dizer com certeza se aconteceu algo de paranormal, ou se esteve tudo nas mentes dos protagonistas. Podem ficar ambas as possibilidades em aberto; e o livro pode ser lido de todas as maneiras.
5/5
Nunca li nenhum livro deste género mas até me parece uma boa aposta! Beijinhos*
ResponderEliminarÉ mais psicológico do que terror verdadeiro, muito diferente da série. Recomendo! Beijinhos :)
EliminarHum.. a história parece interessante mas não consigo gostar de livros com finais em aberto que nos cabe a nós decidir em que queremos acreditar. (Gosto das coisas bem explicadas). Além disso leio sempre de noite e tenho medo de fantasmas, está mais que visto que não lerei o livro ou corro o risco de ficar umas noites a dormir de luz acesa. ahahah
ResponderEliminarhttps://www.sonhamasrealiza.pt/
Talvez não seja uma boa aposta então :D mas eu pessoalmente interpretei mais pelo lado da desolação psicológica da personagem, de ser ela a "assombrada" - e não a casa :)
EliminarTambém gostei muito do We Have Always Lived in the Castle e de alguns contos que já li da Shirley Jackson. O meu exemplar baratucho do Hill House deve estar a sobrevoar ou a navegar algures na Europa neste momento. :-)
ResponderEliminarPaula
Boa, boa! Quero tanto saber o que achares deste :) quero imenso ler mais da autora! O Hangsaman, os contos...
Eliminar"Talvez as pessoas não a queiram, mas uma casa assombrada quer." é um mood.
ResponderEliminarSenti a review e quero ler.
mission accomplished! Shirley Jackson é fixe.
Eliminarjá vi a série e sem dúvida ficou no top das minhas preferidas! Vou ter mesmo de ler o livro agora. Beijinho.
ResponderEliminarQue bom! :)
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